Anarquimo

quinta-feira, 1 de maio de 2008

ORIGENS TRAGICAS DO 1º DE MAIO


No ano de 1866, a Associação Internacional dos Trabalhadores vota uma resolução de luta pela jornada de 8 horas diárias de trabalho. No 4º congresso (1884), da Federação Americana do Trabalho decide-se pela realização de uma grande greve para o dia 1º de maio de 1886 exigindo às 8 horas de trabalho que naquele tempo chegava até 16 horas.
Mais de 5 mil greves ocorreram por todo os EUA, 340 mil trabalhadores cruzaram os braços. Nos dias 3 e 4 de maio 15 mil grevistas participaram de um comício na praça Haymarket em Chicago, a polícia aparece e dispara contra os grevistas vindo a assassinar mais de 100 pessoas, no meio do confronto uma bomba é lançada vindo a ferir operários e policiais, no momento os anarquistas Spies, Parsons e Fielden falavam aos grevistas. Em 20 de agosto 8 operários anarquistas são condenados a morrerem na forca (Spies, Fielden, Neeb, Schwb, Lingg, Engel e Parsons), por maquinações do Juiz Gary e do Promotor Grinnel; o advogado de defesa desfaz as acusações e prova que os trabalhadores eram perseguidos por serem anarquistas. No dia 11 de novembro de 1887 são enforcados, com exceção de Schwab e Fielden (condenados a prisão perpetua) e Lingg que se matou na véspera. Seis anos mais tarde foram inocentados e os sobreviventes postos em liberdade, mas o mal já tinha sido feito.
Em 1888 o Congresso da Internacional Sindical aprova a proposta de tornar o 1º de Maio em dia internacional de luta dos trabalhadores, mas no I Congresso de Fundação da II Internacional de orientação marxista-leninista proclama o 1º de Maio como festa do trabalho; a burguesia que em mais sabida que a esquerda bolchevique anacrônica aproveita bem a pelegagem e incentiva a festa do trabalho tirando assim o sentido histórico desta data e seu papel na formação de uma consciência da luta de classes. No Brasil o 1º de maio foi comemorado pela primeira vez, em 1989.
Distante de seu significado o primeiro de maio segue sendo mais um feriado que o trabalhador espera para poder se livrar ainda que por um dia da exploração para estar em casa com sua família ou que sabe tomar umas cervejas geladas, bater um baba com os amigos e discutir no bar mais próximo quem ganhou o jogo que passou na TV. Quanto às mulheres estas ainda continuam sua longa e penosa exploração, passaram mais um dia na cozinha ou no tanque de lavar. As mulheres de muitos revolucionários comunistas também! Enquanto isso e em meio ao espetáculo midiático com o caso da menina Isabela, o aumento de 168% do feijão, de mais de 50% do arroz e de 38% do óleo de soja vai passando despercebido diante de uma crise de alimentos que pode acontecer como já anunciou tanto o FMI como a própria ONU. Aqui em Feira de Santana os trabalhadores e trabalhadoras do comercio sofrem as mais terríveis explorações desempenham dupla e tripla função além da que é designada na carteira quando não são comissionados, nas fabricas a situação não é diferente, trabalhadores lesionados pela longa, repetitiva e exaustiva jornada de trabalho, enquanto a justiça trabalhista nada faz; aliás, juízes da justiça do trabalho que sempre andam de carro do ano não condizente com o seu salário. Já os sindicatos converteram – se em grandes instrumentos burocráticos dos mais diversos partidos, onde até o periquito de casa acaba assumindo alguma função na direção sem nunca ter ido a fabrica.
Os anarquistas a muito tem dito que outra forma de se fazer sindicalismo é possível e muito mais eficaz que este burocratismo marxista, que faz a luta dos trabalhadores avança em direção a uma condição de vida melhor, mais digna. Como disse o sábio professor e anarquista José Oiticica; “Todos os sistemas políticos do mundo faliram, resta-nos o anarquismo estude mo – lo.”

O Fantasma