Anarquimo

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

[Turquia] Manifestação pede a libertação de punks detidos em Aceh

Um grupo de punks e anarquistas organizou neste domingo (25 de dezembro), ao meio-dia, um protesto em repúdio à prisão de 65 punks na província de Aceh em frente ao Consulado da Indonésia em Istambul.

Com faixas e gritando slogans eles pediam a libertação dos punks detidos em Aceh sem acusações formais. Na ocasião os manifestantes também atacaram alguns carros de luxo e picharam a fachada do Consulado, que está localizado num bairro de elite. 

Na noite anterior, sábado (24 de dezembro), ainda em Istambul, foi realizada num bar local uma gig punk/hardcore de solidariedade aos jovens punks detidos em Aceh e contra o terrorismo policial-estatal.

Galeria de imagens: 

Vídeo: 

 
Notícia relacionada:


agência de notícias anarquistas-ana

[Grécia] Expropriações em supermercados, guerra a patronal

[No sábado, 24 de dezembro, dezenas de anarquistas dos bairros da metrópole se reuniram no bairro ateniense de Peristeri, cortaram uma avenida central, desfraldaram faixas e expropriaram artigos em dois supermercados locais. Na sequência, gritando slogans, foram ao vizinho mercado e distribuíram todo material expropriado para a população. As pessoas aceitaram a ação de uma maneira muito acolhedora. A seguir o texto que foi distribuído.]

Expropriações em supermercados, guerra a patronal
Hoje em dia não há nada mais frustrante do que ver os patrões continuando com a mesma série de mentiras, como se nada tivesse acontecido, como se nos esperava um futuro brilhante sob o capitalismo. Como se a ofensiva que estamos vivendo fosse um simples parênteses devido a alguns políticos corruptos, e não todo o sistema de exploração. E agora que alguns tecnocratas-banqueiros se encarregaram, já oficialmente, da gestão da "nação", tudo vai ser resolvido num passe de mágica, basta que tenhamos "paciência", que façamos mais sacrifícios, que baixemos diariamente a cabeça... Nós, os trabalhadores, os desempregados, os estrangeiros. Nós, os oprimidos, e em nenhum caso o Capital e seus mecanismos.

E agora, mesmo sob essas circunstâncias, em que o conto do consumo sem fim e o capitalismo têm um lugar onde tudo acabou, nos chamam novamente para que ponhamos nossa roupa formal, para irmos correndo para as lojas para comprar, comprar, comprar, ou pelo menos lembrar os dias em que podíamos fazer isso com dinheiro emprestado. Nos chamam para que montemos uma festa de Natal, esquecendo conscientemente que amanhã nos esperam novas medidas, mais humilhação e que, embora resistamos, cada amanhecer será pior.

Este mundo, que sob a brilhante luz tem escondido a degradação constante de nossas vidas, não se reforma. Tem que ser derrubado, e não há uma solução pronta para derrubá-lo.

A confrontação das consequências e as condições geradas pelo funcionamento da máquina capitalista, em tempos de crise ou de desenvolvimento, requer a criação de estruturas de solidariedade mútua entre os oprimidos. De estruturas que apóiem as práticas de enfrentamento e lutas de classe. De estruturas que respondam a satisfação coletiva das necessidades diárias de todos e de todas, e cada um de nós.
Solidariedade, auto-organização, Contra-ataque

Trabalhadores, Desempregados dos bairros da metrópole

agência de notícias anarquistas-ana

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Resposta a reitoria e a sociedade

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

Nota pública do coletivo de paralisação
 #PARALISARPARAMOBILIZAR

            Diante das decisões divulgadas pelo reitor da UFRB no dia 26 de Setembro de 2011, deliberamos e entendemos que devemos uma explicação a sociedade e não somente a universidade.
 
            O primeiro ponto refere-se à formação da mesa de negociação e da câmera Inter setorial. Nesta nota publica, a reitoria avalia que somente estas ações seriam necessárias para a plena comunicação. Esquece-se esta que, a multicampia, um sistema herdado da ditadura militar, onde os campi foram descentralizados serviam apenas para desarticular ideias importantes. Além disso, esta mesma reitoria esqueceu também que os estudante da UFRB ainda estão se organizando. No entanto, para alçar uma discussão foi preciso que embasássemo-nos com documentação necessária para apurar as irregularidades dos campi de Cruz das Almas, Cachoeira, Santo Antônio de Jesus e Amargosa. Ainda neste ponto a reitoria nos acusa de causar “prejuízos” administrativos, financeiros, sociais e acadêmicos. Contudo, avaliamos que o prejuízo maior quem sofre é a sociedade que deposita regularmente pagamentos via impostos e não sabe no que este dinheiro é aplicado. Prejuízo será formar profissionais sem qualificação colocando em risco essa mesma sociedade que não terá o retorno desejado.
 
            A segunda questão colocada pelo reitor sobre a “ideia fixa” de falarmos somente da PROPAAE, não é descabida. Mesmo sendo pouco mais de 10% da população estudantil da UFRB a usufruir dos benefícios, entendemos a importância e a necessidade dessas politicas afirmativas e o quanto elas precisam ser ampliadas, visto que 70% dos estudantes da UFRB são originários das classes C, D e E, e aproximadamente 80% do corpo estudantil se declara afrodescendente. O que nos espanta é a reitoria utilizar a PROPAAE como manobra de retaliação para com este movimento. O Coletivo insiste em reafirmar que as dependências administrativas necessárias para efetivar os benefícios devem e podem executar suas atividades.
 
            A terceira questão referente às agressões verbais ocorreu de ambos os lados. Se houve por parte deste movimento atitudes intempestivas pedimos publicamente desculpas. O nosso intuito era nos fazer ouvir diante da impossibilidade de permanecermos no mesmo local para discutir as melhorias que servirão tanto aos professores, servidores quanto aos estudantes. Discordamos ainda da informação que não existe uma representação única por parte do movimento. Temos vinte pessoas (efetivos e suplentes) que estão responsáveis para comparecer a mesa de negociação, sendo que presencialmente apenas dez participam dessas reuniões por vez. Lembramos ainda que o reitor deveria implantar o sistema de negociação proposto em 2008 quando as mesas eram abertas e democráticas congregando todos os estudantes.
 
            O quarto ponto se refere à palavra “greve”, não estamos fazendo greve e sim paralisação. Não somos remunerados para fazer este movimento que é apartidário, independente e democrático. 
 
            O ultimo ponto trata da dissolução da mesa de negociação por parte do reitor. Nós do Coletivo de Paralisação reiteramos a importância e a necessidade de retomarmos as negociações a fim de estabelecer um diálogo e encontrar soluções acerca dos impasses.
 
            Informamos ainda à sociedade que a ocupação da UFRB pelos estudantes está fundamentada em documentos da Controladoria Geral da União (CGU) que revelam irregularidades nas obras licitadas até o ano de 2009. Segundo a CGU, os resultados dos trabalhos que constam no relatório nº 245382, foi verificado que não há conformidade entre a documentação apresentada pela UFRB com as exigências do Tribunal de Contas da União (TCU). Foram destinados, através do Programa, "Brasil Universitário", que diz respeito a 87,4% (valor de R $83.945.054,00) dos recursos geridos pela Universidade no exercício de 2009 (total de R$ 96.088.427,00)”. A falta de desempenho da UFRB foi justificada varias vezes por “dificuldades técnicas e gerenciais e da carência de recursos humanos especializados”. Observamos que somente no campus de Amargosa, cujo terreno foi drenado para receber as instalações da UFRB, foram gastos cerca de 9 milhões de reais. Contudo, as instalações/estruturas não correspondem às verbas aplicadas, como exemplo o curso de Educação Física que não possui um complexo poliesportivo que é de suma importância para formação profissional. Já no campus de Cruz das Almas mesmo tendo disponível R$ 1.356.385,52 o complexo de laboratórios de Engenharia Florestal sequer tiveram as obras licitadas. Ainda no mesmo campus, uma verba destinada no valor de R$ 3.839.034,88 para construção do hospital de Medicina Veterinária não foi utilizada no seu total, pagando apenas á empresa o valor de R$ 259.796,97
 
            Ressaltamos ainda que os 96 milhões poderiam ter sidos administrados em reformas de prédios já existentes, aquisições de equipamentos, mobílias e outros gastos para a implementação dos campi. Isso sem citar os indícios de superfaturamento nas obras dos 7 laboratórios do campus de Cruz das Almas notificados pela CGU referentes ao relatório de 2010, entregue em março de 2011.  O que nos faz perceber que a falta de laboratórios, salas de aulas equipadas, acervos bibliográficos e outros itens para a formação plena deixaram de ser adquiridos por falta de uma boa administração. Neste momento, estamos nos mobilizando para que os estudantes da UFRB possam efetivamente contribuir para o desenvolvimento do Brasil. 
 
             Queremos profissionais plenos para a sociedade brasileira, não apenas meros reprodutores de ideias abstratas. Continuaremos a divulgar o que está ocorrendo na UFRB para que a sociedade brasileira tenha pleno conhecimento dos investimentos federais. Todos nós pagamos impostos que se revertem em verbas para fazer o Brasil. Os investimentos na UFRB não são diferentes. Queremos uma UFRB decente.


27 de setembro de 2011

Estudantes em Greve sofrem tentativa de homicídio

Estudantes em Greve de Ocupação na Universidade Federal do Reconcavo da Bahia sofrem tentativa de Homicído por parte de estudantes contrarios apioados pela Reitoria. Veja nota abaixo:

Na última quarta-feira, dia 21/09, o movimento Mobilizar para Solucionar, contrário a paralisação estudantil, divulgou em rádio local e redes sociais uma reunião que aconteceu em frente ao Pavilhão de Aula II, que recebeu a presença de estudantes, do Pró-reitor da PROPAAE, Ronaldo Bastos, dos Assessores do Reitor, Luiz Flavio Godinho e Charles Carmo e de alguns docentes, inclusive da professora Maria Conceição Soglia, esposa do Vice-Reitor. No momento de voz dos presentes, era possível perceber certo tom de agressividade sempre objetivando o retorno das aulas o mais rápido possível e a qualquer custo. Como encaminhamento da reunião foi deliberado que representantes iriam até a reitoria dialogar com o movimento Paralisar para Mobilizar, tendo em vista a obtenção de espaço representativo na mesa de negociação. Reiteramos que o Movimento Paralisar para Mobilizar sempre esteve e está aberto ao diálogo no espaço de plenária, onde tod@s tem direito a voz e voto e em momento algum vetamos a presença dos companheir@s.
 
No dia seguinte, esperávamos a presença dos companheiros para que pudéssemos conversar.  Então, por volta das 23:00h  recebemos a informação de que teriam danificado o patrimônio público, arrebentando os cadeados dos Pavilhões de Aulas I e II. Diante disso, alguns estudantes se dirigiram até o local para verificar o que se passava, e ao se aproximarem, reconheceram estudantes que estavam na reunião do dia anterior (Movimento Mobilizar para Solucionar) estes, ao perceberem que foram identificados fizeram ameaças até que um deles ,estando armado, disparou em  direção aos ocupantes que recuaram e acionaram a segurança para que os acompanhassem até o pavilhão invadido.  Os integrantes do Mobilizar para Solucionar fugiram em um carro prata e em motos. Por sorte ninguém se feriu. Nós ocupantes ficamos perplexos diante do ocorrido e nos reunimos em plenária para deliberar as providências cabíveis, e na manhã seguinte prestamos ocorrência na delegacia.
 
O Movimento Paralisar para Mobilizar repudia, o ato violento de participantes fascistas do Movimento Mobilizar para Solucionar, e todo e qualquer manifestação de apoio por parte de docentes e da reitoria aos mesmos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

NOTA A COMUNIDADE - COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

NOTA A COMUNIDADE




Seguindo o princípio da autonomia e respeito a todos os membros da sociedade, o Coletivo de Paralisação dos Estudantes da UFRB, #ParalisarParaMobilizarUFRB, vem por meio desta informar que estará presente para Mesa de Negociação, dentro das condições estabelecidas pelo coletivo, com os 10 representantes discentes, e os 30 suportes. 


A título de informe, deixamos clara a importância na manutenção do registro audiovisual das Mesas de Negociação, o que configura a democratização no acesso aos assuntos discutidos e deliberados. Assim, reiteramos a necessidade da Reitoria fazer valer a vocação democrática da Universidade, tantas vezes lembrada nas notas publicadas pela própria Reitoria, abrindo espaço para as postagens do Movimento Estudantil, uma vez que a mesma não apresentou justificativa legal para esse impedimento.


Ainda neste sentido, convocamos a Reitoria e os Diretores de Centros para mais uma Mesa de Negociação, dia 23 de setembro (sexta-feira), às 16h00min e deixamos explícito que esta Mesa se configura como última tentativa de definição da metodologia. 


Por último, deixamos aqui nosso repúdio à postura da Reitoria em relação aos assuntos da PROPAAE, quanto ao não funcionamento de suas atividades, uma vez que para outras, de interesse da Direção, estão em funcionamento. Com isso, entendemos essa atitude como boicote a todos os estudantes e principalmente os seus assistidos, posto que não há impedimento por parte do movimento, quanto ao pleno funcionamento relativo às atribuições da PROPAAE.

Em tempo, exigimos mais uma vez e de forma clara, a necessidade da Universidade prestar um esclarecimento público, sobre o caso de Ademir Fernando, estudante encontrado morto próximo às dependências da UFRB, em junho de 2010.


Vale lembrar que este estudante de Cinema permaneceu acampado por quatro meses, no pátio do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), necessitando de assistência à moradia, médica, psicológica e alimentar, as quais lhe foram negadas.



O Movimento Estudantil da UFRB prossegue autônomo e em luta.·.

Coletivo de Paralisação dos Estudantes·.

Cruz das Almas – BA, 22 de setembro de 2011.
Fonte: http://paralisarparamobilizar.blogspot.com/

terça-feira, 20 de setembro de 2011

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Em encontro anterior a ocupação Estudantes da UFRB negociam com a Reitoria

Audio da Negociação com a Reitoria.

Parte:
  1. http://www.megaupload.com/?d=1RPX4RUZ 
Parte:
      2 http://www.megaupload.com/?d=O388KGWS

Comando de Paralização lança contra proposta a Imposição da Reitoria

Nota à Reitoria em Resposta a Mesa de Negociação

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES
NOTA A COMUNIDADE
Em resposta à última nota publicada pela Reitoria no dia 15 de setembro de 2011 e entregue no dia 16 de setembro do ano corrente acerca da Comissão de Negociação, o Coletivo estudantil #ParalisarParaMobilizarUFRB, informa que a Reitoria já retificou a composição da Comissão de Negociação que agora conta, conforme a nossa proposta, com o Reitor, Vice-Reitor e Diretores dos Centros.

Em tempo, solicitamos a presença do Ministério Público Federal (MPF) para endossar os acordos firmados ao final das negociações.

A título de informe, serão dez discentes a compor a Mesa Permanente de Negociação, e, para além da classe estudantil, sugerimos que toda a comunidade acadêmica possa participar das reuniões das Mesas na condição de ouvintes.

Por fim, convidamos a Reitoria e os Diretores de Centros para a Primeira Reunião da Mesa de Negociação, no dia 21/09/2011 (quarta-feira), às 09:00hs no Anfiteatro da Reitoria da UFRB.

O Movimento Estudantil da UFRB prossegue autônomo e em luta.

Coletivo de Paralisação dos Estudantes
Cruz das Almas – BA, 16 de setembro de 2011.

Reitoria lança proposta unilateral que não é aceita pelos estudantes.

Nota Pública sobre a Reunião da Mesa de Negociação Permanente com os Estudantes | Imprimir |
Dom, 18 de Setembro de 2011 21:18
A reitoria da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia informa que a Reunião da Mesa de Negociação Permanente com os Estudantes está marcada para o dia 20 de setembro de 2011, terça-feira, às 19:00h, na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoal – PROGEP, na rua Prof. Mata Pereira, 210, Centro, Cruz das Almas - Bahia.

Reiteramos que participarão da reunião os Diretores dos Centros, o Reitor, Vice-Reitor e a representação estudantil. Advertimos que, até o presente momento, não fomos informados quanto aos nomes dos representantes dos discentes que comporão a presente negociação, condição indispensável para a instalação do referido fórum.

Em virtude de nossa vocação democrática, se for a vontade dos estudantes dos Centros, abrimos a possibilidade do Reitor, Vice-Reitor e os Diretores dos Centros também discutirem a pauta dos campi, diretamente com os respectivos representantes estudantis de cada Centro.

Cruz das Almas, 18 de setembro de 2011.

Paulo Gabriel Soledade Nacif
Reitor da UFRB

Reitoria insita confronto entre estudantes da UFRB

Professores, servidores e colegas: aceitem as nossas desculpas

O Movimento em defesa da UFRB: colegas, devolvam nossa universidade, vem a público convidar os professores, servidores e nossos colegas a estarem presentem no ATO EM DEFESA DA UFRB E PELA DESOCUPAÇÃO IMEDIATA DE NOSSA UNIVERSIDADE, na próxima quarta-feira, dia 21 de setembro, às 19:00h, em frente ao prédio da Reitoria, em Cruz das Almas.

Lá, leremos uma Moção de solidariedade aos servidores técnico-administrativos, docentes e discentes ofendidos, ameaçados ou agredidos durante o processo de ocupação.

Queremos pedir publicamente desculpas aos membros da comunidade acadêmica por algumas atitudes de nossos colegas.

Este será também um momento de desagravo à comunidade acadêmica.

Respeito é bom e indispensável.
 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Onda repressiva contra o anarquismo ibérico

Nesta quarta-feira (14) a companheira Tamara foi condenado a 8 anos de prisão. Ela é acusada de enviar um pacote-bomba a Albert Batlle, secretário de Serviços Penitenciários da Catalunha, no marco de uma campanha pela liberdade de Amadeu Caselles. Está detida desde 15 de dezembro passado. Em princípio, o promotor pedia 12 anos de prisão por tentativa de homicídio e posse de explosivos.
 
Mais infos sobre o seu caso aqui:
 
 
 
Após a decisão das autoridades judiciais ocorreram manifestações de apoio a Tamara em Sevilha, onde foi colocado banners em diferentes acessos da cidade e ações em Barcelona, ​​onde vários contentores de lixo foram arrastados e queimados em plena rua. Também aconteceram ataques em algumas agências bancárias e pichações em Valência.
 
Mas hoje, dia 16, foi divulgada pela imprensa corporativa a notícia da prisão do companheiro José Lopez Mendendez, de 30 anos, por supostamente ter colocado nada menos que 32 bombas em Madri nos últimos dois anos. Segundo a polícia: A maneira de realizar os ataques era “bastante rudimentar”, mas sempre conseguia atingir seus objetivos. Embebia um cobertor num líquido inflamável e colocava para secar. Depois cobria com o cobertor cilindros de Campingaz ou spray de gás para recarga de isqueiros. Isso produzia explosões de intensidade moderada, mas capaz de destruir a entrada dos locais que tinha como alvo.
 
Esta notícia deixa no ar muitas perguntas, e como de costume apenas foi conhecida a versão policial dos acontecimentos. Tudo isso exatamente num momento em que são previstas grandes manifestações em Madri. Sem ir muito longe, em 18 próximo haverá inúmeras manifestações contra a privatização, e no dia 29 uma jornada de luta e agitação para uma greve geral.
 
Também o sindicato CNT [anarcosindicalista] recebeu uma denúncia da organização de extrema-direita HazteOir, pela campanha feita contra a visita do Papa em agosto passado. MasLibre.org (uma associação que depende HazteOir), acusa este sindicato de:
 
Provocação ao ódio e à violência por motivos religiosos - artigo 510 do CP;
 
Reunião ou manifestação ilegal - artigos 513 e 514 do CP;
 
Contra os sentimentos religiosos - artigo 525.1 do CP;
 
Apologia do terrorismo - artigos 571 e seguintes do CP;
 
De genocídio, tal como definido no artigo 607.2 do CP.
 
 
agência de notícias anarquistas-ana

Re: NOTA DA REITORIA SOBRE A COMISSÃO DA MESA PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO.


Coletivo de Paralisação dos Estudantes

Temos ciência da legalidade e legitimidade da Comissão de Negociação instaurada pela Portaria 444/2011, porém NÃO A ACEITAMOS.

Em momento algum duvidamos ou colocamos em questão a competência das pessoas designadas para tal função, mas não as consideramos aptas para discutir as questões específicas de cada Centro, tendo em vista que nenhuma delas participa diretamente da gestão dos mesmos. Dessa forma, se houver algum motivo plausível para a escolha desta Comissão, que ele seja posto para a nossa apreciação. 

A proposta da Reitoria para as negociações é de diálogo, porém, o que de fato tem acontecido é o que chamamos de IMPOSIÇÃO, posto que a mesma nega em atender o nosso pedido de modificação da Comissão de Negociação. 

Salientamos que as Negociações apenas iniciarão a partir do momento que a Reitoria assumir efetivamente a postura de diálogo. 

Portanto, elaboramos uma contraproposta que se configura como prerrogativa para a nossa participação na Mesa de Negociações, a saber: 

1. Que a Comissão de Negociação da Reitoria seja composta por: Diretores de todos os Centros, Reitor e Vice-Reitor.
2. Que todos os discentes que desejarem acompanhar as Negociações, tenham este direito assegurado, embora apenas a Comissão Discente de Negociação, possa se pronunciar para representar os discentes desta Instituição.
3. Apenas haverá diálogo se garantido o direito à água e internet em todos os Centros.
Por fim, nos colocamos a disposição em, de fato, DIALOGAR! Mas o DIALÓGO deverá ser permanente, e não em momentos de tensão!
Cruz das Almas, 15 de setembro de 2011.
Coletivo de Paralisação dos Estudantes.

domingo, 11 de setembro de 2011

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

Foto: Luis Antonio
O referido Coletivo expressa, através desta carta, os pontos gerais que abrangem nossas diversas reivindicações. Em tempo, apresentamos os extratos de dois importantes documentos que reforçam o nosso ideal de uma educação pública e de qualidade, e também denunciam falhas na gestão desta Universidade para com os pontos expostos.

Extrato do Plano de Desenvolvimento Institucional 2010-2014 da UFRB, página 25: “(...) a educação é tomada como uma prática social e política, realizada no âmbito das relações sócio-histórico-culturais, objetivando formar pessoas com competência técnica e política, humanizadas, éticas, críticas e comprometidas com a qualidade de vida dos cidadãos. Pessoas que pensem e reflitam sobre o mundo, o contexto social e assumam o papel de protagonistas em processos de transformação social.”

Extrato da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 43, que trata das finalidades da educação superior:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
Pautas Internas
1. Construir e concluir as obras estruturais dos Campus, já previstas e as demais necessárias, a fim de garantir a qualidade e o bom funcionamento dos cursos, atentando para o princípio da acessibilidade.
2. Garantir as condições necessárias para a concretização da formação integral dos estudantes (graduandos e pós-graduandos), tanto no que se refere aos aspectos específicos de cada curso, a exemplo das terminalidades, como, também, a realização das atividades relativas às aulas práticas, aos laboratórios e aos campos de estágio.
3. Assegurar as condições necessárias relativas à manutenção hidráulica, elétrica, de acesso às questões sanitárias, ambientais e de segurança nos Campus.
4. Melhorar as condições que garantam a qualidade e a paridade no que se refere a recursos materiais e humanos, bem como de reconhecimento, nas ações de extensão, ensino e pesquisa em todos os Campus.
5. Reforma e ampliação do Restaurante Universitário (R.U.) do Campus de Cruz das Almas; construção dos R.U’s de Santo Antônio de Jesus, Amargosa e Cachoeira, com administração, exclusivamente pública, assegurando o modelo de Restaurante Popular de qualidade e socialmente referenciada, para o atendimento à comunidade acadêmica e ao público externo, garantindo a gratuidade aos assistidos pelo Programa de Permanência Qualificada (PPQ).
6. Construção de Creches Universitárias em todos os Campus.
7. Assegurar, por meio de ações efetivas, assistência estudantil, no que se refere à ampliação da moradia estudantil, transporte, assistência à saúde, apoio pedagógico, didático e psicossocial; assim como o aumento do número disponibilizado ao PPQ e facilitação do acesso ao auxílio emergencial.
8. Controle social, transparência e gestão participativa nas ações da Universidade e a garantia da autonomia e isonomia entre os Centros.
9. Descentralização do Sistema de Bibliotecas, criação do Sistema Alternativo de Empréstimos e aumento do acervo bibliográfico e audiovisual, com acesso total ao acervo pela comunidade acadêmica e sociedade civil, durante todo o ano.
10. Implantação da TV e radio Universitária, para a troca de experiências entre as comunidades acadêmicas, em parceria com o Sistema IRDEB.
11. Construção dos espaços de convivência em todos os Campus e cessão do atual prédio do CCAAB para o Movimento Estudantil, bem como garantir estrutura de funcionamento dos Diretórios, Centros e Coletivos Acadêmicos.
12. Contratação imediata de mais professores pelo regime jurídico único, com Dedicação Exclusiva, para atender às necessidades de todos os cursos da UFRB, assim como de servidores técnico-administrativos, de forma a permitir o funcionamento da Universidade em turnos contínuos.
13. Viabilizar e destinar recursos específicos para atividades autogestionadas pelos estudantes.
14. Garantir transporte itinerante entre os campus, a fim de assegurar o atendimento às necessidades de mobilidade acadêmica intrainstitucional.
Pautas Gerais (Nacionais e Internacionais)
1. Pelos 10% do PIB nacional para Educação, já.
2. Fim das Parcerias Público-Privadas (PPPs).
3. Pelos 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, saúde e cultura, já!!!
4. Pela não privatização dos Hospitais Universitários.
5. Apoio à luta nacional aos trabalhadores da educação.
6. Apoio @os companheir@s estudantes que tem realizado mobilizações em todo o país, em defesa da educação de qualidade.
7. Apoio à luta estudantil chilena.

Coletivo de Paralisação dos Estudantes
11 de setembro de 2011.
 

sábado, 10 de setembro de 2011

Assembléia Geral Estudantil, 1º de setembro de 2011.

 

Assembléia Geral dos Estudantes da UFRB aprova por maioria esmagadora a Paralização Geral de todas as atividades da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia com ocupação da Reitoria e demais Campus de aulas.

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

Foto: Luis Antônio
É mister salientar que a referida deliberação da Assembléia Geral dos Estudantes da UFRB, se caracteriza como resposta consciente ao ciclo de descasos da Administração Central desta Universidade para conosco (estudantes) e como ação do Movimento Estudantil em repúdio aos duros golpes deferidos (pela Administração Central) contra os direitos estudantis e a qualidade do ensino superior. Em tempo, salientamos que foram diversas as nossas tentativas e intervenções para que as problemáticas que ameaçavam a condução das atividades básicas desta Universidade não comprometessem, ao extremo, seu funcionamento e o respeito às necessidades da classe estudantil.

Uma das últimas tentativas de discussão e de resolução das questões pautadas pelo Movimento Estudantil ocorreu no dia 10 de junho deste ano durante uma Reunião do Conselho de Entidades de Base da UFRB (CEB), na qual o reitor Paulo Gabriel Soledade Nacif nos apresentou, mais uma vez, seus discursos evasivos e, nos comprovou (através da quebra de compromissos firmados) o seu desdém para com os estudantes. O expresso descaso da Administração Central para o trato das questões estudantis é indignante.

Uma das ações determinadas pela Assembléia Geral foi a condução do processo de Ocupação da Reitoria e Centros e, Trancamento dos Pavilhões de Aula, o que foi executado pelos estudantes em mobilização. As aulas se encontram suspensas e se faz necessário lembrar que os problemas estruturais e administrativos são alguns dos pontos que mobilizam tal suspensão.

O movimento estudantil da UFRB possui pautas concretas no que diz respeito às mazelas que acometem a nossa Universidade e o perfil omisso da Administração Central. Seria um ultraje não reconhecer as dificuldades que permeiam e entranham as reais condições acadêmicas ofertadas e a passividade e/ou vagarosidade administrativa na defesa de uma educação de qualidade. A Administração Central vem tentando (através da omissão e deturpação de informações) criar instabilidade na base do Movimento Estudantil e descredibilizá-lo perante a sociedade, o que visualizamos com pesar. Sabemos que esta Universidade teve em sua fase constitutiva a

participação dos movimentos sociais, que propuseram e reivindicaram uma universidade popular, que surgisse compromissada com as demandas da sociedade civil, no entanto, observamos o aparente esquecimento deste compromisso.

Não estamos parados! Paralisamos as atividades na tentativa de rompermos com os perversos vícios da política de gestão universitária que nos impossibilitava de manter um diálogo. Paralisamos as atividades conservadoras de formação (aulas) para criarmos outros espaços que têm como objetivo proporcionar uma reflexão a respeito do atual estado de precariedade no qual se encontra. “Paralisar para Mobilizar!!!”. A UFRB é uma universidade que nasceu sob a tutela do programa de Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). A universidade, desde o seu surgimento, sofre diversos ataques, através de reestruturações que prejudicam a nossa formação. Sua gênese atrelada ao Reuni trouxe uma expansão, mas de forma precária. Sempre seguindo a lógica de se ofertar vagas, sem que seja garantido os recursos necessários para melhorar a qualidade da educação, incentivar a pesquisa e a extensão nas universidades e promover, por meio da assistência estudantil a permanência do estudante. Hoje, a UFRB está concretizada em 04 municípios baianos, somando um total de 32 cursos de graduação regulares e os vinculados ao Plano Nacional de Formação de Professores. A maioria absoluta desses cursos funciona de forma precária, com ausência do básico para garantir uma formação qualificada, a citar: inexistência de laboratórios, contratação de professores efetivos que possam desenvolver pesquisa e extensão, hospital universitário, políticas de estágio, quadras poliesportivas, espaços e materiais para aulas práticas, livros... Em 2008, o movimento estudantil ocupou a reitoria reivindicando melhores condições. E agora, pela segunda vez esse tipo de medida fez-se necessário.

Expressamos, novamente, que tal ação não prejudica as atividades básicas desta Universidade, pelo contrário, nós (estudantes) estamos gritando pela efetividade nas ações vitais, para que não desfaleçamos. A Administração Central tenta induzir à compreensão de que não estamos dispostos ao diálogo (lastimável engodo), nossas tentativas não são recentes e o ambiente de respeito não foi abalado pela ação do Movimento Estudantil, mas sim pelo destrato da Administração desta Universidade.

Coletivo de Paralisação dos Estudantes da UFRB
Cruz das Almas – Bahia, 05 de setembro de 2011.

UFRB - ATO CRUZ DAS ALMAS 8 DE SETEMBRO

domingo, 17 de julho de 2011

Revolução Espanhola: Eles Passaram...


Carlos Baqueiro
(cbaqueiro@terra.com.br)

 Há 75 anos atrás, no mês de julho de 1936, o povo espanhol saia para as ruas, contra um Golpe de Estado executado pelos militares, liderados pelo General Francisco Franco, que era apoiado pela Igreja Católica, parte da burguesia e latifundiários.

O povo, literalmente, sai as ruas de Barcelona, de Valença, de Madrid, liderados principalmente por marxistas, trotskistas e anarquistas. Mas também saiu as ruas nas pequenas aldeias, e vilas. Montavam barricadas e, armados, chegaram a tomar as prefeituras, os quartéis e órgãos públicos, e também as igrejas.

Enquanto as Forças Armadas tomavam a Galícia, e outras as regiões ao norte, e também a Andaluzia, ao sul, aqueles que lutavam contra o Golpe, tentando manter viva a democracia conseguida a muito custo com a queda da Monarquia alguns anos antes, mantinham a Catalunha e a a região de Castela, dentre outras menores.

A "Nova República" tentava sobreviver com apoio de trabalhadores urbanos e camponeses, de parte da burguesia espanhola, e de toda a esquerda. Mas em pouco tempo as alianças que permitiram a resistência contra Franco foram se dissipando. A falta de apoio de países como França e Inglaterra (que talvez tivessem mais medo de uma vitória da esquerda do que dos fascistas, mesmo com a Alemanha e a Itália  apoiando os golpistas sem qualquer ressalva), foi um fator preponderante.

Durante o processo o qual alguns chamam de Guerra Civil e outros de Revolução (dependendo dos desejos ideológicos), a União Soviética, sob o governo de Stalin, resolve enviar armas para a esquerda. Mas direciona as mesmas para o Partido Comunista. O PC inicia assim uma tentativa de tomar a hegemonia da “Revolução”, a partir do poder que conseguiu com as armas mais modernas mandadas por Stalin.

Os fatos começam a tomar rumos absurdamente complexos. Inicia-se uma guerra dentro da guerra. As esquerdas que não recebem armas (anarquistas e trotskistas) se revoltam contra o PC. Ve-se tiroteios entre anarquistas e comunistas nas ruas de Barcelona, pelo poder do edifício dos Correios. Trotskistas são presos em Madrid e levados para Edifícios Prisões criados por aqueles apoiados por Stalin.

A burguesia e a aristocracia espanholas, que se escondiam dentro das cidades ainda republicanas, aparentando uma humilde aceitação da atual condição, com suas roupas velhas e encardidas, como diria George Orwell, em suas lembranças no texto Homenagem a Catalunha, também contra-atacariam tomando as cidades que haviam resistido aos ataques franquistas.

Nas Vilas do interior as Igrejas, que haviam sido tomadas pela população local, e se transformaram em hospitais e escolas, eram retomadas pelos padres e freiras fascistas, que eliminavam facilmente as milícias de esquerda, enfraquecidas com as confusões ideológicas e lutas reais que ocorriam entre os grupos que as formavam.

A “Revolução” foi derrotada. O povo teve de voltar aos seus afazeres comuns. As velhas escravização e alienação. Inclusive indo as Praças logo após a queda do governo eleito democraticamente, para saudar Franco e seus apoiadores, servindo de massa de manobra.

A derrota foi tão humilhante, e a repressão tão feroz após a vitória dos golpistas, que o Generalíssimo Franco ocupou o poder supremo na Espanha até a sua morte, em 1975.

A crise de incompreensão sobre a derrota, os medos pelos conflitos ideológicos entre filhos e pais, entre irmãos e primos, foi tão grande que o historiador Pierre Broué, em Seminário sobre a Guerra Civil Espanhola, ocorrido em Salvador, na década de 90, ainda afirmava haver um receio de pesquisadores espanhóis estudarem sobre os fatos e acontecimentos ocorridos entre 1936 e 1939.

Há poucas semanas atrás estudantes e trabalhadores espanhóis também sairam as ruas e tomaram as praças, pretendendo defender os ganhos que haviam conquistado nessas últimas décadas sem o autoritarismo franquista. Os jornais que li relembravam, fazendo analogias, ao Maio de 1968 francês.

Naquele momento, não vi qualquer referência ao Julho de 1936. Infelizmente.

**********************

Como opção para aqueles que desejam saber um pouco mais sobre a Revolução Espanhola faço duas sugestões:

O livro Espanha Libertária: A Revolução Social Contra o Fascismo.

e

O filme Terra e Liberdade, de Ken Loach.
(não achei nem venda de DVD, nem qualquer local para Download na Internet, portanto dê uma andadazinha até a locadora mais próxima em nome da lembrança de uma história e tanto
 

sábado, 16 de julho de 2011

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE CASAS DE ESTUDANTES - ENCE

Ocorrerá entre os dias 07 e 13 de Agosto de 2011, no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, o XXXV Encontro Nacional de Casas de Estudantes – ENCE, cujo tema será “Casas em Movimento(s): Olhares politizados, fazeres plurais e os sentidos das Políticas de Assistência e Permanência”.

Com a expectativa de receber cerca de 400 pessoas, a 35ª edição do evento objetiva trocar experiências, traçar paralelos entre as diferentes realidades participantes e discutir formas de articulação de uma luta nacionalmente integrada em torno das políticas de assistência/permanência estudantil como forma de garantir condições dignas de cursar o Ensino Superior aos/às estudantes oriundos/as das camadas populares, além de encurtar distâncias com os demais segmentos da Sociedade Civil Organizada.

A realização do evento é uma parceria entre a Secretaria Nacional de Casas de Estudantes – SENCE e as Residências Universitárias da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, da Universidade Federal da Bahia – UFBA e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.

O investimento é de R$25 (vinte e cinco) e o contato para informações e pré-inscrições pode ser feito através do e-mail: ence2011.bahia@gmail.com e pelo blog: http://xxxvencebahia.blogspot.com/;

Confira a PROGRAMAÇÃO do Evento:

Dia 07 de Agosto:
- Credenciamento – 08:00 às 17:30
- Abertura, às 19:00
Dia 08 de Agosto:
- “Formação Política: onde estou e o que é isso?!” – 08:30 às 11:40
- “Residências Estudantis do Brasil: a realidade da Bahia” – 13:30 às 17:30
- Apresentação da nova Gestão e Reunião Ampliada da SENCE – 19:30 às 22:00
Dia 09 de Agosto:
- Oficina do Teatro do Oprimido – 08:30 às 11:40
- Grupos de Discussão (dois blocos) – 13:30 às 17:30
- “As políticas governamentais de Assistência Estudantil em relação às Universidades Estaduais” – 19:00 às 22:30
Dia 10 de Agosto:
- Educação Popular – 08:30 às 11:40
- Espaços Propositivos – 13:30 às 18:00
- Construção de Ato Público – 19:00 às 22:30
Dia 11 de Agosto:
- Ato público – 06:30
- Tarde livre
Dia 12 de Agosto:
- Prestação de Contas do evento – 08:30 às 11:40
- Avaliação do Ato – 13:30 às 17:30
- Avaliação do Encontro – 19:00 às 22:30
Dia 13 de Agosto:
- Plenária Final – 08:30 às 17:30

*Programação sujeita à alterações.

domingo, 3 de julho de 2011

Ogan do Seja Hundê é discriminado em programa de rádio, um resposta.

A verdade dos fatos

Prezado Cacau,
 
Na condição de Ogan da Roça do Ventura e direitor de cultura e relações públicas da Sociedade Cultural da Roça do Ventura,acompanhei meu irmão de roça,Ogan Buda à Rádio Paraguassu,para tratarmos das visitas dos orgãos públicos estaduais ao nosso terreiro ,no dia 25 de Junho,quando a cidade de Cachoeira torna-se por um dia a capital do estado.A visita à Radio foi realizada no horário do programa da senhora Alzira Costa,meio dia,do dia 28-06,conforme combinado telefônico.

Informamos no programa aos ouvintes que recebemos a visita de representatntes da Secretaria estadual do Meio Ambiente,na pessoa de Célia Bandeira(chefe de gabinete) e da Sra.Maisa Flores,quando foi informado a intenção da realização de um projeto piloto na Roça do Ventura de um jardim de folhas sagradas.Também tivemos a visita do Sr.Elias Sampaio,secratário da SEPROMI,acompanhado de uma comitiva da mesma secretaria,quando tratamos de diversas ações de interesse da Roça do Ventura que estão em andamento na referida secretaria,como por exemplo a construção do muro-cerca no entorno das terras da Roça do Ventura,como também do acompanhamento das ações na justiça promovidas pelo IPHAN e IBAMA,contra as ações de devastação e destruição dos escombros sagrados da Roça de Cima,claro que aproveitamos a oportunidade para mais uma vez denunciarmos a completa falta de atenção do poder público municipal(a prefeituta de Cachoeira)com as  solicitações da comunidade religiosa do nosso terreiro,chamamos atenção que mais uma vez a situação do acesso a roça era a pior possível ,causando o atolamento de diversos veículos ,inclusive de sacerdotisas do candomblé de fora do estado(Uma senhora de 70 ano,do RJ),além do carro da Senhora Célia Bandeira,da secretaria do meio ambiente,fato testemunhado por todos que visitaram a nossa roça no dia 25 de junho.

Nesse momento que atribuimos responsabilidade à Prefeitura de cachoeira,pela não melhoria das cndições de acesso ao Ventura,a Sra.Alzira já demonstrou um incômodo com os comentários realizados,de pronto a apresentadora fez uma contundente defesa da prefeitura.Tudo ficou muito mais preocupante quando apresentamos as razões para não realização da construção do nosso muro-cerca,em função do fato da prefeitura de Cachoeira esta inadimplente com a sua documentação,informação apresentada pela SEPROMI,para explicar a não execução das obras do muro-cerca.Nesse instante a apresentadora abriu mão da sua condição de jornalista e assumiu sem o menor disfarce ,sua condição de relações públicas da prefeitura,já naquele momento a apresentadora foi tendenciosa e visivelmente parcial na condução do programa e nas armadilhas apresentadas na tentativa incansálvel de fazer a qualquer custo a defesa da prefeitura,mesmo que tal postura macule sua condição de jornalista,que deve gozar de uma concessão do poder público para realização ações de jornalismo de interesse da comunidade ,de interesse público portanto.

Dias depois fomos informados dos comentários racistas e desrespeitosos dessa senhora,comentários realizados no seu programa, contra o Ogã Buda e sobre minha pessoa.Lamentamos que tal atitude tenha sido praticada com reprovavel covardia e negação do princípios básicos do jornalismo ,que deve ser mais um instrumento de consolidação da democracia em território brasileiro.

Consideramos que tais atitudes só reforçam a ideia que essa senhora faz do jornalismo a extenção das suas atividades  de relações públicas da prefeitura ,demonstrando mais uma vez os limites da imprensa cerceada pelo poder politico e econômico local.

Informamos que tomaremos as atitudes cabíveis a tais comportamentos racistas e desrespeeitosos da Senhora Alzira Costa,no exercício  e condução do seu programa ,na Radio Paraguassu,em Cachoeira.

Agradecemos a  Cacau por garantir esse espaço na midia livre para apresentamos nosso mais contundente repúdio aos comentários covardimente apresentados por essa senhora que desrespeita o POVO DE SANTO DA BAHIA e rasga os princípios fundantes do jornalismo e da liberdade de expressão em nossa terra,numa clara demonstração que o "coronelismo eletrônico" ainda é um fenômeno político presente no reconcavo baiano.
 

Gratos ,
Marcus Alesandro
Ogã da Roça do Ventura
 

sábado, 2 de julho de 2011

Ogan do Seja Hundê é discriminado em programa de rádio

Roça do Ventura
Buda, apelido do ogan do Zô Ogodô Bogum Malê Seja Hundê, terreiro de candomblé jêje marrin de Cachoeira conhecido como Roça de Ventura, diz que foi discriminado pelo apresentador de um programa que diariamente é levado ao ar pela emissora Paraguaçu FM, de Cachoeira. Segundo ele, o apresentador o desqualificou como sacerdote e como indivíduo. Diz ainda que além das ofensas à sua pessoa, o locutor teria dito que o Seja Hundê é um candomblerzinho, cujos participantes são cariocas, paulistas e mineiro.

O motivo da ofensa foi porque Buda compareceu ao programa de rádio vestido de bermuda e camiseta, o que para o locutor era um traje inadequado para um ogan. Mas Buda contra-argumenta dizendo que o motivo foi porque ele foi denunciar as desobediências às determinações da Justiça impostas ao advogado Ademir Passos, que recentemente violou o espaço sagrado do terreiro ceifando árvores, soterrando a lagoa do orixá Nanã; enfim, desfigurando o sítio cultural afrorreligioso. O referido advogado, que é especializado em resolver broncas de prefeitos na Justiça, advoga para a prefeitura municipal da Cachoeira, e o programa de rádio é patrocinado com o dinheiro público, disse o ogan, que vai acionar a Justiça por reparações morais.. 

 

Blog do NNNE - UFRB

Historicamente a sociedade brasileira foi construída através de variados processos de subalternização do negro/a. Durante mais de três séculos, milhares de africanos foram tirados de sua terra de origem, para servirem de força de trabalho escrava no Brasil. Durante todo período colonial e imperial, a sociedade brasileira se sustentou através da escravidão negra, prática essa, que se fundava através de um cotidiano exercício da violência, coação, exploração e humilhação da população escravizada.

     Com o fim da escravidão legal no Brasil, em 13 de maio de 1888, o quadro de violências alterou-se, na medida em que as elites dirigentes, aparelhadas com as teorias racialistas, organizaram-se para recriar as hierarquias estabelecidas durantes os séculos de escravidão. Nesse sentindo, o Estado-nação brasileiro, foi construído através de políticas estatais, que visavam excluir e muitas vezes exterminar a população negra aqui existente, com projetos de favelização, programas de higienização, políticas de branqueamento e criminalização do negro/a e suas manifestações religioso-culturais. Mas, nós resistimos.
 
     Nos fins dos anos 20, o protesto racial emerge fortemente em São Paulo, propagando-se em outros estados da Federação; criam-se organizações, com base na identidade racial cujo objetivo é projetar os negros/as enquanto atores sociais. No final dos anos 40, o protesto reaparece no Rio de Janeiro, sob a forma de um ambicioso projeto cultural - Teatro Experimental do Negro - articulando-se psicodrama, valorização da tradição afro-brasileira e propostas políticas com vistas a interferir na reforma  constitucional.
 
     No final dos anos 70, uma nova onda de protestos, impulsionada por organizações negras de diferentes estados da federação, dão início à formação do Movimento Negro Unificado. Uma peculiaridade do Movimento Negro/a do Brasil, está no fato de que além de combater o racismo em todas as formas é preciso também desmistificar a idéia difundida de “democracia racial”, ideologia essa, diluída em toda sociedade brasileira, como constituinte de sua própria identidade nacional, dando um tom “harmonioso” às relações raciais.
 
     Na universidade o combate ao racismo perpassa por críticas ao conhecimento excessivamente eurocêntrico e pela organização da luta por acesso e permanência da população negra ao ensino superior. Fundamentados nesses eixos de atuação é que surge o movimento negro/a universitário na sua forma de núcleos estudantis. As pautas dos núcleos se somam às pautas gerais do movimento negro/a tendo como principal conquista destes, em nível nacional, a adoção de políticas de cotas para o acesso e permanência de estudantes negros/as. 
 
     Nessa conjuntura o negro/a passa a reivindicar o espaço político na universidade pública, propondo alternativas epistemológicas em favor da descolonização do conhecimento e o combate ao racismo na sociedade brasileira. É nesse sentindo, que estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, especificamente do Centro de Artes, Humanidades e Letras, reúnem-se em abril de 2009, e desde então, vêem se organizando de forma ativa e autônoma, com o intuito de discutir e militar em defesa das populações negras, o combate ao machismo e outras lutas em favor das maiorias subalternizadas. 
 
     O coletivo intitulado de Núcleo de Negras e Negros Estudantes (NNNE) tem como compromisso, combater o racismo, o machismo e todas e quaisquer formas de segregação, entendendo que essa ação de combate as discriminações é de extrema importância para construção de uma sociedade plenamente democrática.
 
    Nesse sentido, o NNNE é um coletivo de estudantes militantes que atualmente  desenvolve trabalho de base nas comunidades periféricas na cidade de Cachoeira-BA, além de constituir  uma rede de articulação com outros movimentos sociais como MST Recôncavo, MSTB, MOPEBA, MNU e comunidades Quilombolas da região. Somos maiss um elo da corrente inquebrantável do movimento negro contemporâneo.
 
Núcleo de Negras e Negros Estudantes da UFRB