Anarquimo

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Defesa de Dissertação sobre Pedagogia Libertária


João Neto, professor de história, dentre outras tantas coisas, estará defendendo sua dissertação de mestrado neste dia 9 de Maio de 2008, a partir das 14 horas.O tema de sua dissertação é Educação Anarquista e Pedagogia Libertária: Caleidoscópio de uma História.A defesa acontece no auditório da FACED (Faculdade de Educação da UFBA), no Canela, em Salvador.A defesa será transmitida ao vivo pela Rádio FACED.Encontramos nos nossos alfarrábios uma "fala" de Bakunin (anarquista bem conhecido, pelo menos pelos próprios anarquistas) que pode convencer a quem não conhece a pedagogia libertária a dar uma chegada na defesa de João Neto:"A primeira questão que temos de considerar hoje é esta: Poderá ser completa a emancipação das massas operárias enquanto recebam uma instrução inferior a dos burgueses ou enquanto haja, em geral, uma classe qualquer, numerosa ou não, mas que por nascimento tenha os privilégios de uma educação superior e mais completa?Propor esta questão não é começar a resolvê-la ? Não é evidente que entre dois homens dotados de uma inteligência natural mais ou menos igual, o que for mais instruído, cujo conhecimento tenha se ampliado pela ciência e que compreendendo melhor o encadeamento dos fatos naturais e sociais, compreenderá com mais facilidade e mais amplamente o caráter do meio em que se encontra, que se sentirá mais livre, que será mais hábil e forte que o outro ? ..Quem souber mais dominará naturalmente a quem menos sabe e não existindo em princípio entre duas classes sociais mais que esta só diferença de instrução e de educação, essa diferença produzirá em pouco tempo todas as demais e o mundo voltará a encontrar-se em sua situação atual, isto é, dividido em uma massa de escravos e um peque­no número de dominadores, os primeiros trabalhando, como hoje em dia, para os segundos".Em tempo: O texto foi encontrado no livro-coletânea Educação Libertária, da Editora Artes Médicas, e seu autor vivia no final do século XIX ao escrevê-lo.

Terceirizar, Terceirizar, Terceirizar..., por Carlos Baqueiro


O tema da reestruturação econômica e industrial está cada dia mais presente no debate das relações internacionais. Como, por exemplo, harmonizar a economia internacional, ou seja, sem um país "levar vantagem" sobre outro, com a globalização da economia de um mundo de várias culturas? Como conviver pacificamente com culturas de homens para os quais o trabalho é um prazer, como no Japão, e outras culturas onde o trabalho, principalmente manual, é um mal necessário ? Isto em termos mundiais.Em termos nacionais o maior problema, me parece, é a consciência empresarial conservadora, que vê o lucro imediato acima de quaisquer outras variáveis dentro do processo produtivo. Este fenômeno provoca diversos efeitos desastrosos, pois a redução de custos para aumento do lucro se dá sempre em função ou da demissão do trabalhador ou do arrocho salarial. A terceirização tem assim no Brasil, talvez diferentemente de outros países, uma simples função. Redução de custos.Isto analisado estatisticamente seria bastante "científico". Por exemplo, a empresa 'A' terceirizou e teve um lucro líquido de 'X' milhões, enquanto a empresa 'B', que não tercerizou, obteve um lucro de 'X-1" milhões. Está claro que a terceirização diminui os custos.O que não está claro é com que efeitos. Ou melhor dizendo, não está muito claro para nós acadêmicos, que não nos debruçamos sobre a fábrica ou a oficina terceirizadas para observar os efeitos desastrosos a que são submetidas as vidas dos trabalhadores. Estes sim conhecem o significado prático do que seja a terceirização. Baixos salários, alta periculosidade, insuficiência alimentar, doenças ocupacionais, etc.Estes efeitos, os trabalhadores das empresas que prestam serviços (conhecidas significativamente como "gatas") conhecem porque convivem diariamente, semanalmente, anualmente, "pulando" de uma empresa para outra, numa altíssima rotatividade, quase sem direitos trabalhistas. A ignorância do trabalhador, o seu medo de participar de protestos, ou mesmo greves, são as bases de que se utiliza o empresário para manter este tipo de atitude contra os próprios trabalhadores.Nós, estudantes, universitários, historiadores, enfim, todos os trabalhadores, devemos entender este processo a partir do interior do campo analisado, difundindo nosso conhecimento etno-histórico, pois "nada mudará a sociedade se os mecanismos de poder que funcionam fora, abaixo e ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, cotidiano, não forem mudados" (FOUCAULT, Michel; Microfísica do Poder; Graal; 1992).Obs.: Mais informações e um artigo sobre terceirização em: http://www.geocities.com/appl-bahia/operario.html