Anarquimo

sábado, 10 de setembro de 2011

Assembléia Geral Estudantil, 1º de setembro de 2011.

 

Assembléia Geral dos Estudantes da UFRB aprova por maioria esmagadora a Paralização Geral de todas as atividades da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia com ocupação da Reitoria e demais Campus de aulas.

MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA COLETIVO DE PARALISAÇÃO DOS ESTUDANTES

Foto: Luis Antônio
É mister salientar que a referida deliberação da Assembléia Geral dos Estudantes da UFRB, se caracteriza como resposta consciente ao ciclo de descasos da Administração Central desta Universidade para conosco (estudantes) e como ação do Movimento Estudantil em repúdio aos duros golpes deferidos (pela Administração Central) contra os direitos estudantis e a qualidade do ensino superior. Em tempo, salientamos que foram diversas as nossas tentativas e intervenções para que as problemáticas que ameaçavam a condução das atividades básicas desta Universidade não comprometessem, ao extremo, seu funcionamento e o respeito às necessidades da classe estudantil.

Uma das últimas tentativas de discussão e de resolução das questões pautadas pelo Movimento Estudantil ocorreu no dia 10 de junho deste ano durante uma Reunião do Conselho de Entidades de Base da UFRB (CEB), na qual o reitor Paulo Gabriel Soledade Nacif nos apresentou, mais uma vez, seus discursos evasivos e, nos comprovou (através da quebra de compromissos firmados) o seu desdém para com os estudantes. O expresso descaso da Administração Central para o trato das questões estudantis é indignante.

Uma das ações determinadas pela Assembléia Geral foi a condução do processo de Ocupação da Reitoria e Centros e, Trancamento dos Pavilhões de Aula, o que foi executado pelos estudantes em mobilização. As aulas se encontram suspensas e se faz necessário lembrar que os problemas estruturais e administrativos são alguns dos pontos que mobilizam tal suspensão.

O movimento estudantil da UFRB possui pautas concretas no que diz respeito às mazelas que acometem a nossa Universidade e o perfil omisso da Administração Central. Seria um ultraje não reconhecer as dificuldades que permeiam e entranham as reais condições acadêmicas ofertadas e a passividade e/ou vagarosidade administrativa na defesa de uma educação de qualidade. A Administração Central vem tentando (através da omissão e deturpação de informações) criar instabilidade na base do Movimento Estudantil e descredibilizá-lo perante a sociedade, o que visualizamos com pesar. Sabemos que esta Universidade teve em sua fase constitutiva a

participação dos movimentos sociais, que propuseram e reivindicaram uma universidade popular, que surgisse compromissada com as demandas da sociedade civil, no entanto, observamos o aparente esquecimento deste compromisso.

Não estamos parados! Paralisamos as atividades na tentativa de rompermos com os perversos vícios da política de gestão universitária que nos impossibilitava de manter um diálogo. Paralisamos as atividades conservadoras de formação (aulas) para criarmos outros espaços que têm como objetivo proporcionar uma reflexão a respeito do atual estado de precariedade no qual se encontra. “Paralisar para Mobilizar!!!”. A UFRB é uma universidade que nasceu sob a tutela do programa de Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). A universidade, desde o seu surgimento, sofre diversos ataques, através de reestruturações que prejudicam a nossa formação. Sua gênese atrelada ao Reuni trouxe uma expansão, mas de forma precária. Sempre seguindo a lógica de se ofertar vagas, sem que seja garantido os recursos necessários para melhorar a qualidade da educação, incentivar a pesquisa e a extensão nas universidades e promover, por meio da assistência estudantil a permanência do estudante. Hoje, a UFRB está concretizada em 04 municípios baianos, somando um total de 32 cursos de graduação regulares e os vinculados ao Plano Nacional de Formação de Professores. A maioria absoluta desses cursos funciona de forma precária, com ausência do básico para garantir uma formação qualificada, a citar: inexistência de laboratórios, contratação de professores efetivos que possam desenvolver pesquisa e extensão, hospital universitário, políticas de estágio, quadras poliesportivas, espaços e materiais para aulas práticas, livros... Em 2008, o movimento estudantil ocupou a reitoria reivindicando melhores condições. E agora, pela segunda vez esse tipo de medida fez-se necessário.

Expressamos, novamente, que tal ação não prejudica as atividades básicas desta Universidade, pelo contrário, nós (estudantes) estamos gritando pela efetividade nas ações vitais, para que não desfaleçamos. A Administração Central tenta induzir à compreensão de que não estamos dispostos ao diálogo (lastimável engodo), nossas tentativas não são recentes e o ambiente de respeito não foi abalado pela ação do Movimento Estudantil, mas sim pelo destrato da Administração desta Universidade.

Coletivo de Paralisação dos Estudantes da UFRB
Cruz das Almas – Bahia, 05 de setembro de 2011.

UFRB - ATO CRUZ DAS ALMAS 8 DE SETEMBRO