Anarquimo

sexta-feira, 16 de julho de 2010

MOVIMENTO DOS PESCADORES E PESCADORAS – BAHIA


Carta das Comunidades Pesqueiras e Remanescentes de Quilombos de Santo Amaro BA, em repúdio a licença de localização do mega empreendimento turístico da empresa PROPERT LOGIC no Território quilombola da ILHA DE CAJAIBA

Vimos manifestar nosso repúdio a decisão do CEPRAM – Conselho Estadual de Meio Ambiente, que no dia 30 de Junho de 2010 de forma extremamente desrespeitosa aprovou o licenciamento de localização do empreendimento turístico da empresa internacional Propert Logic. Esta empresa de capital europeu pretende instalar um mega empreendimento hoteleiro na Ilha de Cajaiba localizada na foz do rio subaé e inviabilizar o modo de vida de milhares de famílias que historicamente sobrevivem dos recursos naturais existentes na ilha através do extrativismo de frutas ou da pesca artesanal.

Tanto o IMA – Instituto do Meio Ambiente como o CEPRAM ambas instituições ligadas a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) não respeitaram os direitos das nossas comunidades previsto na constituição federal, através do artigo 68 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitória da Constituição Federal / 1988, bem como os demais decretos federais e convenções internacionais assinados pelo Estado brasileiro. Ou seja, mesmo tendo ciência de que o INCRA/BA já tinha iniciado o processo de elaboração do RTID – Relatório Técnico de Identificação e Titulação do território quilombola e cientes das recomendações da Fundação Cultural Palmares a SEMA não mediu esforços no sentido de se dobrar aos interesses de empresários estrangeiros legítimos continuadores do processo de colonização do território brasilei ro.

Além disso, a SEMA foi incapaz de reconhecer que as comunidades pesqueiras e quilombolas de Santo Amaro são vitimas de decisões politicas desenvolvimentistas que resultaram em profunda degradação ambiental e social na região, a exemplo da contaminação por metais pesados oriundos da fábrica de chumbo (capital francês) e da recente degradação ocasionadas pela fábrica de papel (capital japonês). Estes exemplos não foram suficientes para que a SEMA considerasse o principio da precaução ambiental estabelecidos nas constituições estadual e federal.
Este caso é mais um ato de racismo ambiental num contexto de governo dito de todos nós. Diferentemente do que se anuncia, licenciar um mega empreendimento turístico numa Ilha historicamente utilizada pelas comunidades para sua reprodução física e cultural, reafirma que o governo da Bahia continua subserviente aos interesses das grandes empresas internacionais e contra a luta das comunidades pesqueiras e quilombolas pela manutenção dos seus territórios tradicionais.

Tendo em vista, o fortalecimento da resistência das comunidades pesqueiras e quilombolas neste pais, convocamos as entidades dos movimentos sociais, especialmente aqueles comprometidos com a resistência negra, para participar da Audiência Pública com órgãos públicos estaduais e federais a ocorrer no dia 13 de julho de 2010, a partir das 14h, no espaço do PETI – comunidade remanescente de quilombo de São Braz – Santo Amaro BA.

A resistência continua!
Salve Altino da Cruz, Maria do Paraguaçu, Zumbi dos Palmares...

terça-feira, 13 de julho de 2010

On june 6 2010, Diego Giménez Moreno, veteran of the Spanish Civil War

On june 6 2010, Diego Giménez Moreno, veteran of the Spanish Civil War, has passed away in the city of São Paulo, Brazil. He was 99 years old and had Parkinson's syndrome.



Diego Giménez was born in april 10 1911 in Jumilla, Murcia, and entered the Spanish anarchist movement after the death of his father, when he was 17. Through the Federación Ibérica de Juventudes Libertárias he got in touch with the ideas of libertarian naturism, adopting vegetarianism and drug-free living. In 1931, Diego joined the CNT and became the secretary of the local Syndicate of Graphical Arts. Five years later, he would participate in the most successful event in anarchist history, the Spanish Revolution, joining the legendary Columna Durruti in the fight against fascism. After the defeat of the popular front to the Fracoist forces, Diego was arrested and sent to the concentration camp of Mauthausen, Austria, from which he managed to escape to France. He moved to São Paulo in 1942 and became a militant of the local anarchist groups Sociedade Naturista Amigos de Nossa Chácara (Friends of Our Farm Naturist Society) and Centro de Cultura Social (Center of Social Culture).



Diego was very dear to the Brazilian anarchist movement. His speeches on the civil war and his defense of minimal consumption and sobriety had a huge influence on younger and older anarchists and anarcho-syndicalists. Some of his thoughts can be found in the books Mauthausen: Campo de Concentração e de Extermínio, Três Depoimentos Libertários, and Anarquistas: Ética e Antologia de Existências. Diego also wrote articles to the French anarchist journal Le Combat Syndicaliste. The history of his struggle remains an inspiration to the entire movement. His experience, moral strength, and character will be missed.



We must give up today's unhealthy behaviors. We are not defending our interests, but those of the capital. We must be like the snake who gets rid of her old skin in order to have a new one.

Diego Giménez Moreno



You can read an interview Diego Giménez gave to FOSP/COB-AIT here:

http://fosp.anarkio.net/cmanarca/Entrevista_Diego_Gimenez_Moreno.pdf (In portuguese)